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Essa é a Dona Ivone

Dona Ivone Botone Baziolli é uma pioneira do café - uma mulher humilde e trabalhadora que por 65 anos trabalhou no Instituto Agronômico de Campinas (IAC), o instituto de pesquisas cafeeiras mais antigo do mundo.

E eis que é chegado o momento da indústria do café reconhecer Dona Ivone por suas enormes contribuições. Aos 88 anos ela mora em Campinas, Brasil onde nasceu e sempre trabalhou.

O Instituto Agronômico de Campinas (IAC) foi ali fundado em 1887. Dona Ivone começou a trabalhar em 1949 ao lado de pesquisadores notáveis ​​no desenvolvimento de variedades que hoje representam 90% dos cafeeiros plantados no Brasil.

Ela trabalhou com muitos agrônomos, pesquisadores e funcionários e em estreita colaboração com o Dr. Alcides Carvalho, agrônomo cuja pesquisa contribuiu para o controle da devastadora praga da ferrugem no Brasil, ainda não controlada em alguns países vizinhos.

Dona Ivone trabalhou com agrônomos do IAC também no desenvolvimento de cultivares como Mundo Novo, Catuaí, Icatu, Obatã e Tupi. Ela se lembra de toda a preparação e de toda segurança policial no instituto, em 1968, durante a visita da rainha Elizabeth II à Instituição. 

Photo Credit: Phyllis Johnson

Photo Credit: Phyllis Johnson

Aqui o link do vídeo:

 

“Dona Ivone é uma líder cheia de amor e humildade. Ela mesma é uma instituição, alguém que preenche a lacuna entre o passado e o presente. Embora aposentada desde 2014, seu nível de dedicação é raro de encontrar em qualquer ambiente de trabalho.”

- Dr. Sérgio Parreiras Pereira.

Ironicamente, Dona Ivone não gosta tanto do café preto puro e sempre foi criticada por seus colegas por sua preferência pelo café solúvel com adição de açúcar e leite. No entanto, isso não a impediu de apreciar as plantas de café.

“Meu café preferido é o Icatu amarelo.”

Ela explica seu amor pelo Icatu amarelo, pela sua beleza, resistência, alta produtividade e rendimento desta sua variedade favorita.

 

Raízes humildes

Dona Ivone atribui muito de seu sucesso à família. Sua mãe era italiana e seu pai era negro. Sua mãe analfabeta trabalhava na colheita do algodão; ela se lembra de cuidar de seu irmão mais novo em um cesto no campo de algodão enquanto sua mãe trabalhava na colheita.

Dona Ivone teve a sorte de terminar o quarto ano do ensino fundamental antes de começar a trabalhar no instituto de pesquisa. Ela começou colhendo cerejas de café nas fazendas do instituto e acabou no laboratório, onde era responsável por auxiliar em pesquisas científicas que têm sido vitais para o sucesso da produção brasileira e a demanda dos consumidores de café em todo o mundo.

Ela tem dois filhos, ambos formados em engenharia, e três netas, uma delas - Jacqueline - que optou pelo doutorado em Química pela Universidade Estadual de Campinas.

Jacqueline diz sobre sua avó:

“É incomum para uma mulher ser reconhecida na ciência ainda hoje, e mais ainda para uma mulher negra receber reconhecimento”.

Photo Credit: Sérgio Parreiras Pereira

Photo Credit: Sérgio Parreiras Pereira

Homenagem e bolsa de estudos CCRE

 

A Coalisão para a Igualdade Racial no Café – CCRE - tem o orgulho de anunciar que estamos trabalhando para homenagear e reconhecer as contribuições da Dona Ivone para a indústria do café. A CCRE busca construir uma indústria racialmente justa, onde os talentos de todos e todas são reconhecidos e recompensados, e começamos pelo reconhecimento das contribuições de indivíduos incríveis como Dona Ivone.

Mais detalhes e requisitos de inscrição serão divulgados em outubro de 2021, com a arrecadação de fundos para a bolsa a começar em março de 2021.

É com humildade que Dona Ivone Baziolli recebe a homenagem da CCRE por meio de uma bolsa de estudos que leva seu nome por causa de um trabalho que ela tanto amou fazer e que conquistou devido ao seu comprometimento e honestidade.

“É uma coisa que eu nunca imaginei, eu só queria fazer mais do que o esperado de mim.”

– Dona Ivone

Gratidão, Dona Ivone.

 

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